segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

[52] Um anjo, neste Natal, feliz

Com tantos presépios espalhados e aglomerados por aí, por lá, por cá, não é de se estranhar que algum anjo caia de algum deles...
Mas, coisa que anjo mais sabe é voar!... 
 
Daí, que um deles, bem ao estilo barroco (no viajar, no proceder, não necessariamente na aparência), deu suas voltinhas, uns vais-e-vens, umas curiosidades mudando sua rota, e acabou (anjo não acaba, mas digamos) que deu uma geral aqui pelo Brasil, por todas as naturezas e culturas, e acabou passando por aqui, ali no alto, na hora certa em que eu procurava um bom flagrante fotográfico para fazer um "card" (o ex-cartão) de Natal, vejam só que coincidência!...
Vi logo que o anjo era da maior qualidade: aquela inocência nas mãos em prece, as asas azuis de atravessar o Infinito, o lenço lilás que mantinha a antiga dúvida se tinha sexo ou não...
E mais! E principalmente: ficaram evidentes os preciosos raios, espécie de wi-fi físico, algo ou coisa assim, que lhe garantia uma direta conexão com os mais altos escalões do Universo, e desta vez visíveis (os raios, apenas, digo), muito incrível!
Fiz a foto, lógico, ele ali por cima do MAC (de Niterói, para colocar aí no seu Google), da Boa Viagem (a ilha, não a dele) e ele estava tão concentrado que nem percebeu (ou fingiu, benevolente, sabendo que tenho aqui meus orgulhos fotojornalísticos).
E a foto ficou até bem legal, depois que deletei as sem foco e de dar uma garibada, coisa que não vou explicar aqui porque desvia o foco, o outro, não o tal que me custou tanto acertar.
Aproveitei e perguntei: que lhe parece, assim, esta terra reluzente, este povo diverso, este momento-exaltação?...
Ele disse que conferiu, e então me confirmou, contrito: um FELIZ NATAL!
Uau!...
E não é que era exatamente o que a gente aqui de casa queria viver? E mais, que queria desejar a todos os nossos amigos, e aos amigos dos amigos, e até aos que ultimamente não foram tão amigos assim, e, enfim, a todo o povo brasileiro?
É o que rola, nem precisa ser anjo para ver, e, nas circunstâncias, está até muito bom: um FELIZ NATAL!
[Publicado no Facebook em 24/12/2022]

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

[51] Dia das Crianças, mesmo!

Dia das Crianças!
E hoje, no Campo de São Bento, em Niterói, foi mesmo um dia das crianças!
 
Nunca vi, no pequeno Parque de Diversões, tão longa a fila deste brinquedo tradicional, o "Carrinho Bate-bate", como cita o Google, que eu jamais soube exatamente como chamar... 
[Para o meu irmão Raul, é um Autorama, assim era chamado no Parque Xangai (da igreja da Penha), no Jardim do Méier etc. Dúvidas da memória... Para mim, Autorama era a pista de corrida com carrinhos de controle remoto que se montava no chão ou sobre a mesa.
O amigo Jorge Mendes disse que "autorama era pra quem jogava bola de gude no tapete e soltava pipa com ventilador"... E matou a charada: o nome do bagulhete é Auto Pista (ou Autopista), e ainda mandou o link da pesquisa.
E, afinal, ampliando o cartaz amarelo na parte central da foto, pode-se ver o nome dado pelo próprio parque de diversão: Autopista.]
 

Aliás, a fila do Autopista ia muito além do que se vê nesta imagem, a mais do que o dobro da distância do Carrossel, que também tinha a sua própria fila... 
 
O mais incrível é que também era preciso esperar a vez de brincar nos escorregas e nos balanços da parte mais interna do Campo, onde pais e filhos se aglomeravam.
 
E, mais incrível ainda, até as árvores estavam sobrecarregadas de crianças, até parece que não cabiam todas no chão...
 
Enquanto isso, lá fora do portão, os militantes dos dois candidatos à presidência agitavam bandeiras e faziam gritaria, reconheci até uns amigos, eles também eleitores do Lula 13.
 
Mas, este é outro assunto... E eu nem vou mostrar por um motivo fundamental: hoje é Dia das Crianças!

 

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

[50] Urubu, abre as asas sobre nós!

Urubu, abre as asas sobre nós!

O Brasil precisa de você: devore a carniça que putrefaz o país e acolha este povo que resiste!

Apareça acima dos muros, urubu, você que luta pela superação de duras resistências ao simbólico (mas prático) senso de seu valor.

Encare, urubu, a cara feia da dor, você que encarna a identidade desse esgarçado povo que se espalha vendido pelo Brasil imenso.

Voe, urubu, sobre o povo, você que deu críticas voltas sobre o racismo, sobrevoando a multidão que ficou a uivar no estádio em que ainda se encontrava.

Rode estas asas, urubu, você que, assumindo esta forma de toga, parece indicar a suprema justiça do tribunal popular, aquele de que necessita o país.

Fantasie o futuro, urubu, você que saberia, utilizando movimentos mágicos de capa, esvoaçar sobre coisas e contas para produzir as estruturas e obras que o reconstruirão.

Reative nossas vidas, urubu, você que, convivendo de perto com a morte, dela tirando até sustento, poderia nos mostrar jeitos e meios de conseguir, na real, fazer renascer nosso país. 


Firme aí, urubu!... Nós, o povo, estamos e vamos, todos juntos, na sua aba!

[Com a preciosa dica da internacional Lídia Santos, escritora e professora de Literatura]

domingo, 14 de agosto de 2022

[49] O manto que torce

Vocês sabem, né?, superstição é prática em que ninguém acredita até que começa a usar. Ou, em suma, é uma inutilidade do maior valor!

Eu, por exemplo, sempre fui infenso a estas apelações, mas de vez em quando, sabe-se lá porquê, tenho uma recaída. E digo recaída porque já perdi, debaixo do tapete do passar dos anos, o dia em que isso começou, acho que eu era criança...

Mas, vamos aos fatos, que, por envolverem outros jogos (no caso, os de futebol, mas pode ser qualquer outro em que sua cultura estiver envolvida), são um tanto dramáticos, vocês sabem, mas desta vez, oba!, com final feliz...

Então, o Flamengo jogaria contra o Athetico Paranaense (e eu até desconfio que a manutenção deste “h” tenha a ver com o tema...) e, dizia a imprensa (digo, a TV, ou o celular), jogaria com o novo terceiro uniforme, e descreveram e tal... Não me liguei muito, que toda hora as empresas fornecedoras do “manto sagrado” de cada time inventam novos e novos novos uniformes.

Então, na calada da tarde (o jogo era às 16h) me postei na frente da TV com meus trajes mágicos habituais (não vou detalhar, melhor me preservar a intimidade...), que seria uma espécie de “manto para dar sorte”: a camisa vermelha c0m rabiscos em preto, um calção “neutro” (nunca sei se jogam com o branco ou com o preto), sandália vermelha (às vezes uma branca) e a cueca vermelha (ih, falei!..., mas deixa pra lá, quem é supersticioso entende, até porque às vezes usa coisas mais estranhas...).

Pois o novo novo uniforme, além das faixas horizontais com enjoativas ondas (muito bobo!), incluía um calção vermelho, coisa jamais vista!... Bem, considerando que uns anos atrás desencavaram as supostas cores originais do clube, um azul-amarelo que mais lembrava o PSDB, e agora pareceria uma seleção de imigrantes ucranianos, então, aguentemos...

O jogo, um duelo de bons times reservas, ficou amarrado em 0 x 0 no primeiro tempo, apesar dos 11 x 0 para o Fla nos chutes a gol. Foi aí que acendeu o meu alarme de soluções mágicas, e eu me lembrei: tenho um calção vermelho!... Intervalo, fui trocar. O início do segundo tempo me preocupou, mas de repente veio a enxurrada de gols: quando tirei o espanto dos meus olhos, o jogo acabava com Flamengo 5 x 0, na maior alegria!

Está bem, reconheço: nem sempre funciona... Ou eu escolho a roupa errada. Ou os presságios da sorte não estão jogando essa bola toda... Sei lá, ou melhor é que sei que a culpa não é minha, e nem a glória, que bom!...

Mas, quem joga esse jogo de sortilégios à distância (em vez de nas bestas bets das apostas) não perde nunca!... Faz a parte que lhe cabe e torce desgraçadamente para que seu time jogue muita bola (ou tenha muita sorte) e que (às vezes funciona) ganhe tudo quanto é jogo que jogar em qualquer campo: vencer, vencer, vencer!

Deu trabalho fazer uma foto que registrasse o evento, gastei uma dúzia de cliques no celular. Precisou ser uma selfie à altura da cintura, juntando camisa e calção, mas mais difícil era enquadrar a TV e, ainda mais, clicar na hora exata em que algum jogador do Mengão estivesse na tela. Com um grande corte na imagem original, deu nisso. Fotografia é também, que nem futebol, a arte do possível...