domingo, 8 de agosto de 2021

[42] Bandeiroso Pão de Açúcar

Pão de Açúcar bandeiroso - Guina Araújo Ramos, 2000

Da imensa quantidade de lugares do território brasileiro onde seria honroso estampar a nossa bandeira, um dos mais significativos pode ser este, o Pão de Açúcar. Mas, naturalmente, em respeito à questão ambiental, o melhor é que se faça apenas uma projeção, e por pouco tempo.

É justamente o caso, e descrevo as circunstâncias, até porque, ao que me consta, é fato único, não creio que tenha ocorrido alguma outra vez. Pode-se pensar que fazia parte de um evento cívico-patriótico, de alguma solenidade de cunho nacionalista ou, quiçá, o ápice de uma cerimônia de louvação ufanista!

Nada disso... Representa, muito ao contrário, o apoteótico final de uma longa sessão de projeção de imagens no paredão norte do Pão de Açúcar, acontecida no distante ano de 2000, promoção de uma empresa estadunidense, creio que pertencente ao grupo Disney. O equipamento foi instalado numa torre instalada nas areias da Praia do Flamengo, de onde, graças a um poderoso zoom, enviou, durante mais de uma hora, as imagens de toda uma série de personagens dos seus filmes, e textos relacionados.

Lá estava eu, acompanhando crianças, e até fiz, sem maiores pretensões, algumas fotos. Um tanto entediados, voltamos mais cedo para casa e, já na praia de Botafogo, indo pelo Aterro do Flamengo, dei uma olhada para o Pão de Açúcar e me espantei: nele, a bandeira brasileira!

Imediatamente, busquei um retorno: precisava de um ângulo mais frontal. Entrei pelas pistas internas porque precisava parar o carro em algum lugar, o que não é possível nas do Aterro. Corria contra o tempo, a projeção podia acabar a qualquer momento... Custei a conseguir um lugar em que as árvores não interferissem, e isto só foi possível na curva do Morro da Viúva. Parei o carro sobre a calçada, peguei o tripé no carro, montei sobre o gramado. Não pude evitar a inclusão da parte de cima dos arbustos e até do risco da luz vermelha de um ônibus que passava. Fiz umas três fotos, e aí a imagem sumiu!...

A bandeira era nossa, o Pão de Açúcar também, mas o equipamento (e o negócio de que fazia parte) não...