Morador de rua - Foto Guina Araújo Ramos, 10/10/2013 |
Quem se
acomoda no piso,
e se não se apoia na quina,
garante o engano do sono.
Nada de casa própria à frente,
que, sendo o sonho falácia,
passa-lhe em outra camada.
Dinheiro, longe,
é certo que há.
Sucede que o banco é opaco:
estará sempre atrás dele
estará sempre atrás dele
(não ao lado) e fechado.
O sonho, que tenta embalar, quisera que fosse suave...
Sendo a base quebrada,
o sono é frio, malhado.
Tão perto do chão,
a cabeça (assim como a vida)
não lhe é livre, é pesada.
[Calçada do Banco do Brasil, agência Icaraí, Niterói]
Da série Casas Impróprias
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