Este é um evento diário, aliás, multidiário... Todo dia, dezenas de aviões partem do Aeroporto Santos Dumont em direção ao Sul (na contramão do vento, em geral à tarde) e todos eles, por razões óbvias, desviam do Pão de Açúcar, cambando para a esquerda, iniciando (os que vão para o Sul do país) uma ampla curva que contorna com segurança, que há riscos(*), este ícone do Rio de Janeiro.
É uma manobra padrão, regulada por normas de voo (tenho que acreditar nisso...), mas sempre causa algum calafrio. E tanto para quem, lá dentro do avião, leva o susto do balanço das asas, quanto para quem assiste de longe, e ainda mais quando se está no mesmo eixo do voo.
É uma manobra padrão, regulada por normas de voo (tenho que acreditar nisso...), mas sempre causa algum calafrio. E tanto para quem, lá dentro do avião, leva o susto do balanço das asas, quanto para quem assiste de longe, e ainda mais quando se está no mesmo eixo do voo.
Avião desvia do Pão de Açúcar - Foto Guina Araújo Ramos, 03/12/2018 |
Um ponto privilegiado para registrar este evento, até o nível do detalhe, a depender da disponibilidade de um eficiente zoom na câmera (com celular nem pensar!), é de uma das barcas da travessia Rio-Niterói (ou vice-versa), só que depende de um sutil sincronismo de movimentos e, sem dúvida, de bastante sorte.
Nessas minhas travessias sempre levo a câmera no ponto para fazer esta foto, ou o que mais surja de interessante. Algumas vezes consegui, nem sei se esta é a melhor.
Não é nada, não é nada, mas, que há alguma emoção nisso há...
(*)
Nos anos 1980, fotografei, para o Jornal do Brasil, os destroços de
um avião de pequeno porte
que, numa tarde de nevoeiro, não adernou
o suficiente e se chocou contra a parte lateral superior do morro.
Da série Eventos Insólitos
Pedi a Romildo Guerrante que conferisse a parte técnica.
ResponderExcluirRomildo Guerrante: É uma curva de 20 graus pra esquerda a 900 pés de altura. O avião que bateu no paredão era um Bandeirante da FAB que ia pra Natal. O tenente que pilotava certamente desconhecia o procedimento. Foi em 1982, eu tava trabalhando na General Justo, ouvi o estrondo mas só muito depois ficamos sabendo.
Guina Araújo Ramos: Quem sabe, sabe! Cobrimos pelo JB, de foto, eu e Cíntia Brito. O avião bateu quase no pico, ela foi por cima, havia uns pedaços e lá. Eu fui para a Urca, atravessei a Fortaleza de São João e subi pela mata até junto à encosta. Estavam lá os destroços, mas não vi os mortos, ficaram lá em cima. Li agora que morreram quatro.