quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

[71] Eu bem te via...

 

O bem-te-vi, ave!, bem que deve ter visto alguma coisa de que estaria a fim.
Ou, talvez porque nada via, tentou enganar quem dele se escondia, a bem-te-via.
Cantou seu canto sofrido por longos minutos, esticado na ponta do pára-raios.
Nada: a tempestade tomou outro rumo e a bem-te-via também.
Só sei que, de quando em vez, ele ou ela aparecem e cantam (ou tentam) mais uma vez o encontro: "bem-te-vi"!... (Ou "bem-te-via"!...)
É assim que o amor passarinha e pára, raios!
Afinal, parece que aparece: o amor nasce assim.
O amor é um canto lançado ao vazio, que bem que vê a certeza do encontro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário